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06/06/2018

SOU




Sou insuficiente. Sou carente. 
Sou falível, talvez até incorrigível. 
Peco por querer demais ou por desejar demais ou por proteger demais ou por procurar demais ou por sentir demais. 
Contudo não há excesso nenhum, há certo e errado: há o ser o que sou. 
Às vezes falo o que não devia falar, mas não calo o que devo calar, pago o preço por isso sem problemas. 
Tudo o que digo ou deixo de dizer é apenas para que nada me interrompa na empreitada de viver. 
Mas nada posso fazer quando me interrompem ou empatam.
Apenas dou a volta e sigo por outro caminho.
Vivo. E vivo todos os dias. 
De um jeito ou de outro nada é desperdiçado.

Ana Paiva